Comec debate desafios enfrentados na execução de obras pela gestão pública 27/08/2019 - 18:10

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Um bom planejamento consome cerca de 10% do valor previsto em um projeto. Porém, economizar neste planejamento pode significar um custo de projeto de até 20x o valor previsto. Esta foi a relação e realidade que o Engenheiro Civil Márcio Roberto Fernandes buscou trazer durante a palestra Começar e terminar uma obra na gestão pública - os desafios enfrentados e suas soluções, realizada nesta terça-feira (27), pela Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (COMEC).

Segundo Fernandes, “o Brasil possui mais de 14 mil obras paralisadas e em sua grande parte por um desses cinco motivos: falta de projetos, falta de gerenciamento, modalidades de contrato, excesso de normas técnicas ou capacidade das construtoras. Todos esses cinco problemas poderiam ser resolvidos com um bom planejamento. Mas estamos errando nessa etapa que é fundamental”.

Para Fernandes isso ocorre pois um bom planejamento exige tempo e dinheiro, e muitas vezes governantes não enxergam a importância de se gastar esse tempo e dinheiro nesta etapa inicial do projeto. “Ocorre então que muitos projetos são contratados sem um estudo de viabilidade ou projeto básico. Essa economia, sai muito caro lá na frente. E quem paga, todos nós sabemos”.

Ainda segundo o Engenheiro, outro problema que precisa ser enfrentado é o excesso de legislação que regulamenta o processo de licitação. “Para se realizar uma licitação hoje, precisamos seguir 61 leis, 81 decretos, 5 portarias, 21 instruções normativas e uma série de medidas provisórias. Por baixo, são mais de 5mil artigos. É muita coisa. Isso não traz segurança alguma para quem está contratando, sendo contratado e até fiscalizando”.

O presidente da Comec Gilson Santos, realizou a abertura do encontro e lembrou, inclusive, de obras que estão sob a gestão da Comec e que encontram-se paralisadas. “Temos obras que eram previstas para a Copa de 2014, mas que por uma série de problemas ocorridos desde a gestão passada, estão paralisadas. O trabalho para retomar estas obras, agora, acaba sendo praticamente que a contratação de uma obra nova. Um desperdício de recursos financeiros e humanos, e um prejuízo que é inaceitável”, destacou o presidente.

Fernandes finalizou a palestra propondo um envolvimento melhor entre Governo, Entidades, Consultorias, Construtoras e Órgãos de controle, para que juntos evitem estes problemas e possibilitem o retorno que a sociedade espera dessas instituições.

O evento teve apoio da Unidec Engenharia Consultiva e da Escola de Gestão do Paraná

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